
Hoje, mais de 30 deputados estaduais são parentes de prefeitos. Mantido o ritmo, em 2027 a Assembleia Legislativa será um grande clube de parentes, com todos os 42 assentos ocupados por quem nasceu em berço de gabinete.
Enquanto isso, há municípios onde o povo ainda bebe lama da torneira, sem água tratada, sem saneamento, sem dignidade. Cinco milhões de reais resolveriam o problema? Resolveriam!!!
Mas muitos prefeitos preferem gastar de 10 a 30 milhões de reais cruzando o Maranhão em jatinhos e carreatas, comprando apoios, vereadores e lideranças para eleger o filho, a mulher, o marido, o sobrinho ou o cunhado a deputado.
E quem ousa enfrentar essa máquina? Quem arriscaria o patrimônio de uma vida, o fruto do próprio trabalho, contra uma campanha financiada com o dinheiro que deveria ser usado para servir o povo?
O político, que deveria ser o guardião do dinheiro público, virou o seu principal predador. Usa o orçamento público como se fosse uma conta pessoal — e ainda acha bonito. Compra silêncio, compra voto, compra imprensa, compra apoio. A única coisa que ele não compra é vergonha.
Agora imagine se o jogo virasse: e se o eleitor, cansado dessa palhaçada, resolvesse cobrar 5 mil reais para votar em parente de prefeito ou político de mandato? E se a lógica da corrupção fosse devolvida, centavo por centavo, ao berço onde nasceu? Talvez só assim entenderiam o custo real da própria imoralidade.
O dia em que o eleitor entender que o voto é o único dinheiro que o político não pode roubar, o Maranhão começará a se libertar. Até lá, seguiremos vendo lama na torneira e luxo nos palanques.